Ao redor de uma estrela
Quando a estrela se "acende", o colapso da nuvem forma um disco em torno da proto-estrela. O bom conhecimento dos planetas do nosso sistema planetário permite reconstruir as etapas seguintes da formação de planetas e outros objetos que giram ao redor do Sol:
- O disco de "achata" em um disco de poeira fina, imerso em um disco espesso de gas.
- No disco de poeira, os grãos se aglomeram criando corpos maiores, os planetesimais (que se assemelham aos asteróides ou cometas atuais)
- Os planetesimais vão sofrendo outras pequenas colisões formando corpos ainda mais massivos. Uma vez que atinge um tamanho limite, começa a atrair cada vez mais planetesimais e gas, crescendo mais bem mais rápido e formando um planeta.
- Através de interações gravitacionais, os planetas ejetam os planetesimais restantes no Sol, nos outros planetas e satélites (e formam as incontáveis crateras visíveis na Lua ou em Mercúrio) ou se quebram na vizinhança dos planetas, formando aneis (como em Saturno). Alguns ainda são enviados para os confins do Sistema Solar, formando a nuvem de Oort, reservatório de cometas atuais.
- As interações entre os planetas vão ainda criar colisões, que explicam a formação da Lua e a inclinação de Urano. Tais interações podem também fazer os planetas se empurrem e os fazem migrar para posições estáveis. O fenômeno de ressonância também tem um papel bastante importante para criar os modelos de órbitas dos corpos do Sistema Solar que vemos hoje.
Os discos circunstelar:
Além de gas, o disco de poeira contém rochas e metais próximos à estrela, onde é mais quente.Mais distante da estrela, a temperatura mais amena permite alguns materiais se condensar. Como o hidrogênio (H) e oxigênio (O) são átomos bastante abundantes nesta região, muitos planetesimais nestes locais se formam mais rapidamente. Júpiter, o maior dos planetas, foi formado na região chamada limite de gelo enquanto que os outros planetas gigantes (feitos de gás e gelos) se formaram além deste limite.
Muitos discos circunstelares são observados e vão permitir entender e explicar melhor o cenário acima, que é feito para o Sistema Solar, mas funciona para todos os sistemas na Galáxia. A observação do disco de HL Tau (figura abaixo), estrela extremamente jovem, mostra que a formação de planetas começa logo quando a estrela é ainda bem jovem.
Disco observado ao redor de uma estrela jovem (HL do Touro), comparado ao Sistema Solar (à direita). Crédito: ALMA/ESO
Pode-se dizer, então, que a vida do planeta é essencialmente governada pela vida e morte de sua estrela.
(SEGUINTE : Vida e morte das estrelas)