Existe vida no Universo?
Centenas de bilhões de estrelas, centenas de bilhões de galáxias e nós...
Zona habitável ao redor de outras estrelas |
Chamamos "zona habitável" a região ao redor da estrela onde (a princípio) podemos encontrar água líquida, ou seja, que tem uma temperatura entre 0 e 100 °C. A figura representa a zona habitável em função da massa da estrela (em massas solares) / semieixo maior (em unidades astronômicas). A zona habitável se encontra na região mais distante ao redor de estrelas mais massivas (ou com maior raio). Crédito : Observatoire de Paris / UFE
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Existem centenas de bilhões de estrelas na nossa galáxia e no Universo existem centenas de bilhões de galáxias (cada uma com bilhões de estrelas). Além disso, ao menos 75 % das estrelas são acompanhadas de planetas com um grande número na zona habitável. É então muito difícil de pensar que as condições e os processos que conduziram a aparição da vida na Terra não possam ser encontradas em outros planetas fora do Sistema Solar.
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Algumas condições são restritas, como a presença de água líquida restringe uma faixa de temperatura do planeta (ele não pode ser nem muito quente, nem muito baixa).
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Da mesma maneira, o planeta não pode ser muito grande, pois tende a se tornar um planeta gasoso com uma atmosfera essencialmente composta de hidrogênio e hélio, onde as reações químicas da vida ficam difíceis de acontecer.
- Outras condições são necessárias para proteger os processos de desenvolvimento da vida. A Terra é protegida por Júpiter, que desvia diversos asteroides e cometas desde a formação do Sistema Solar. Nosso planeta é também estabilizado pela Lua, que permite climas estáveis.
Qual vida ?
O DNA, símbolo da vida na Terra
Crédito : Observatoire de Paris / UFE
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Como caracterizar a vida de maneira geral, sem antropomorfismos, isto é, sem estar obcecado pelo único caso que conhecemos (a da Terra) ?
A primeira observação geral é que a vida é, entre outros, uma informação compexa codificada : está contida nos genes que são capazes de se reproduzir, ou quase, sendo um papel importante na evolução.
O suporte desta informação deve ser como um alfabeto que permite criar palavras. Não encontramos no mundo físico um alfabeto mais eficaz do que as cadeias de carbono da química orgânica : elas possuem a capacidade de descrever uma quantidade enorme de "palavras" diferentes e de modo linear (ou seja, é legível com uma ordem imposta).
O átomo de carbono é, de fato, único por se ligar de forma complexa com ele mesmo e outros átomos para formar longas moléculas em cadeia. Uma condição para favorecer estas ligações é a presença de água !
Já conseguimos detectar cadeias de carbono complexas na Terra, na via Láctea e em outras galáxias!
Ainda assim, pode existir um outro "alfabeto" que uma vida extraterrestre pode vir a utilizar.
A grande maioria das moléculas complexas detectadas no universo são moléculas com carbono...
Como detectar a vida ?
A observação espectral mostra a presença de biomateriais como o O3 e a H2O na Terra, contrariamente a Vênus e Marte. Crédito : Menesson et Marrioti
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O único meio de extrair o carbono da atmosfera primordial de um planeta é através da molécula de CO2 que é muito abundante. Para isso, é necessário liberar o oxigênio.
Isso é o que se passa na Terra, onde a clorofila das plantas, com a ajuda da luz solar, transforma o CO2 em biomassa à base de carbono e libera o oxigênio, que é necessário para os outros seres vivos.
Por outro lado, se a produção de oxigênio pelos seres vivos não é continuada, o oxigênio desaparece rapidamente sob forma de ferrugem, ao oxidar as rochas.
Enfim, não conhecemos mecanismos naturais capaz de produzir oxigênio de forma abiótica, ou seja, sem a presença de um ser vivo.
Os astrobiólogos pensam então hoje que, se detectarmos oxigênio e água em um planeta, a probabilidade de existir vida é altíssima.